A Prefeitura de Salvador, através da Fundação Mário Leal Ferreira (FMLF), entregou o Plano de Bairro de Ilha de Maré, a população da ilha, na manhã de ontem (27). No mesmo evento, o prefeito Bruno Reis e a vice-prefeita Ana Paula Matos, entregaram, também, à população da Ilha, uma unidade de Pronto Atendimento (PA), que funcionará 24 horas e terá capacidade de realizar até 1,2 mil atendimentos por mês, e a reforma da Unidade de Saúde da Família (USF) da Ilha de Maré, que foi totalmente requalificada.
Território insular de Salvador, a Ilha de Maré, é formada por 12 comunidades – Praia Grande, Caquende, Santana, Itamoabo, Neves, Botelho, Bananeiras, Maracanã, Ponta Grossa, Porto dos Cavalos, Martelo e Apicum, é a terceira maior ilha da Baía de Todos-os-Santos, ocupa uma área de 11 km² e tem uma população de cerca de 5 mil habitantes. O Plano é o resultado de uma construção coletiva, que envolve a participação dos moradores e lideranças locais, órgãos municipais e de outras instâncias governamentais. O documento reúne ações e obras visando o desenvolvimento sustentável do território nas áreas de mobilidade, urbanização, educação, lazer, assistência social e saúde, como é o caso do PA e da USF entregues. O objetivo é oferecer mais qualidade de vida e bem estar para os moradores, em sua maioria pescadores, marisqueiras, lavradores, artesãos e comunidades quilombolas.
Elaborado pela Fundação Mário Leal Ferreira (FMLF), o Plano de Bairro de Ilha de Maré foi desenvolvido com a participação efetiva das comunidades que integram o território. Segundo Tânia Scofield, presidente da FMF, para a elaboração do Plano foram realizadas 31 reuniões com os moradores das ilhas. “Nossa equipe, praticamente, ficou dentro da Ilha de Maré por oito meses. Nós fizemos uma grande pesquisa e fizemos reuniões em todas as 12 comunidades na ilha. Foram quatro grandes reuniões em Praia Grande e mais três em cada localidade. Porque nós tínhamos que fazer um levantamento da ilha como um todo, mas também elaborar uma proposta para cada localidade especificamente”, disse.
“Nós conseguimos levantar todas as dificuldades, os problemas, as demandas, as carências que a ilha tem. Então,o plano traz todo esse diagnóstico da Ilha de Maré, mas também traz propostas, diretrizes e projetos. Ou seja, os programas que são prioritários e necessários para as pessoas que aqui vivem. E, para completar, os próprios moradores elegeram as intervenções prioritárias, há um quadro que elenca as necessidades mais urgentes segundo eles”, completou Tânia Scofield.
Nativa da Praia Grande, Mônica Paulo Neves tem 46 anos e é marisqueira na Ilha de Maré. Segundo ela, os moradores sempre enfrentam muitas dificuldades para obter o atendimento quando a maré está vazia. “Era muito difícil antes, e agora vai melhorar, graças a Deus. A unidade mais próxima fica em Paripe, e a gente tem que atravessar de barco. Eu mesma já passei por isso. Uma filha minha nasceu aqui mesmo, na ilha, porque os barcos estavam todos em terra porque a maré estava vazia e não tinha como sair”, contou.
O plano começou a ser desenvolvido em 2021 e está disponível para consulta no link :
https://fmlf.salvador.ba.gov.br/plano-da-ilha-de-mare/
